Uma Mulher na Janela tenta (e muito) mas erra o alvo

Joe Wright é um diretor brilhante. Desde o primeiro longa que o revelou (Orgulho e Preconceito) ao exagerado (?) Anna Karenina ao sensível e perfeito Reparação, ele é um diretor teatral, detalhista e muito rico em detalhes. A Mulher na Janela é seu último trabalho (o primeiro para Netflix), mas não é o seu melhor.

Uma adaptação do best seller do (polêmico autor) A.J. Finn, é repleto de referências de cinéfilos, desde o óbvio Janela Indiscreta a clássicos com Gregory Peck e Lauren Bacall, a trama é propositalmente confusa – para surpreender – mas a loucura dos bastidores da produção talvez fosse mais interessante que o filme por si só. Um elenco como esse, com Amy Adams, Gary Oldman, Anthony Mackie, Wyatt Russell, Jennifer Jason Leigh e Julianne Moore, não poderia ser tão aquém como é. Para quem lembra dos filmes dos anos 1990s, não os bons filmes dos anos 1990s, é uma viagem no tempo. O clichê dos momentos de suspense, a tensão das personagens… é overacting ao cubo.

A história é sobre uma psicóloga confinada em casa por sofrer de agorafobia e que acredita ter testemunhado um assassinato. Apenas para descobrir – nossa, que inovador – “que nada é o que parece”. E vale tudo para realmente não ser o que vemos. Entrar em detalhes é dar spoilers e do jeito que é, quanto menos souber, reduz o risco do tédio.

No papel, funciona. Na tela, distrai, vai! Não é como se todos os lançamentos fossem excepcionais. Amy Adams, mais uma vez sem glamour, parece que está de volta ao universo de Sharp Objects, da HBO. Ninguém que está envolvido com o filme merecia esse resultado. Está no nível de outro erro, Vozes e Vultos, que pelo menos era inspirado em uma história real. Uma Mulher na Janela é, sem dúvida, ainda pior.

Boa sorte se decidir encarar!

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